A L-carnitina tornou-se famosa quando começou a ser integrada em planos de emagrecimento, no entanto, este salto para a ribalta foi tão rápido que se descurou a verdadeira missão da mesma no nosso organismo. Em diversos contextos, já ouvi dizer, vezes sem conta: “Toma L-carnitina que emagrece!”
Afinal, o que é e o que faz a L-carnitina?
É um aminoácido não essencial sintetizado pelo nosso organismo através de outros nutrientes (lisina, ferro e vitaminas C, B3 e B6) e, também, pode ser obtida através da proteína animal. Uma pessoa com alimentação omnívora equilibrada ingere em média 500 mg por dia, quantidade suficiente para ela cumprir as funções a que está destinada.
A sua principal função é transportar os lípidos do plasma até à mitocôndria, onde são transformados em energia. Intervém de uma forma muita activa neste processo, designado por oxidação lipídica, que ocorre, com maior intensidade, durante a prática de exercício físico.
Sendo assim, é fácil entender que esta substância natural é uma verdadeira aliada em programas de emagrecimento. Contudo, é necessário perceber que a L-carnitina, por si só, não emagrece. Se o processo de oxidação lipídica se realiza de forma intensa aquando do exercício físico, não praticando exercício físico, a transformação da gordura acumulada em energia não ocorre, portanto, a L-carnitina não é consumida.
E neste ponto surge a frequente questão: ” A L-carnitina faz mal?”. Ora, como tudo, o excesso deste composto no organismo não é benéfico. A ideia que ela pode acumular no fígado quando este elabora o seu processo de filtragem sanguínea, ainda não está totalmente comprovada e é ainda um grande ponto de interrogação para a comunidade científica. De qualquer forma, é sempre “melhor prevenir que remediar” e não consumir mais do que o limite diário recomendado (3.000 mg).
Para além dos benefícios que pode ter associada a um plano de emagrecimento, esta substância ajuda a baixar os níveis de triglicéridos, estimula o sistema imunitário e aumenta a tolerância ao exercício.
Um estudo, realizado em 2003 pela Sociedade Brasileira de Pneumologia, relaciona a toma de L-carnitina com a tolerância ao exercício físico em pacientes com DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica) e mostra que esta tem a capacidade de aumentar o limiar da fadiga através do aumento de capacidade aeróbica. Este estudo é conclusivo, também, no sentido de comprovar a eficácia da L-carnitina como um auxiliar para recuperação muscular, pois ajuda no consumo do ácido lácteo que se acumula nas fibras musculares.
Como tomar?
O primeiro ponto fundamental é a escolha de um bom produto. As marcas mais reconhecidas no mercado destacam-se devido a uma conjugação perfeita entre os componentes e a concentração. Estas podem ser encontradas em lojas de referência que escolhem os melhores fornecedores de forma a oferecer produtos de excelência.
O mais aconselhável é tomar entre 1.500 mg a 3.000 mg, uma hora antes de praticar exercício físico.
A apresentação mais comum no mercado são as cápsulas e ampolas. Ambas são viáveis e cada um deve escolher a forma que seja mais conveniente e confortável para si. Contudo, é importante referir que a ampola, sendo liquida, é absorvida com mais facilidade e rapidez pelo organismo. O que não invalida a eficácia da toma em cápsulas que, por vezes, se revela mais prática.