Quando se fala de imobilidade pensa-se no indivíduo que está sempre deitado, no entanto, a redução de força muscular que leva a uma incapacidade de marcha gera também uma Síndrome da Imobilidade Prolongada, mas neste caso, como é comum nas Instituições que acolhem idosos e Pessoas portadoras de deficiência, de posição sentado prolongada.
O aspeto dinâmico do corpo, ou seja, a capacidade/necessidade que o corpo tem de se movimentar, é um dos principais responsáveis pela nossa saúde. Qualquer alteração desta dinâmica afectará, mais cedo ou mais tarde, tanto os músculos como as estruturas responsáveis pelos actos motores.
Considera-se que de sete a dez dias seja um período de repouso, de doze a quinze dias já é considerada imobilização e a partir de quinze dias é considerado decúbito de longa duração (KANOBEL, 2004).
Os efeitos da imobilidade são definidos como uma redução na capacidade funcional dos sistemas ósseo, muscular, respiratório, cardiovascular, urinário e linfático.
A imobilidade prolongada pode alterar também o estado emocional da pessoa, podendo esta apresentar ansiedade, apatia, depressão, alterações de humor, isolamento social, entre outros.
Implicações clínicas da Imobilidade
- Disfunções osteoarticulares
As articulações tornam-se mais rígidas devido ao aparecimento de fibroses (são como “teias de aranha” que se instalam em redor das estruturas ósseas dificultando o seu movimento) e o líquido que as “alimenta” (líquido sinovial) diminui. Este líquido deixa de fluir adequadamente podendo extravasar pelas estruturas à sua volta causando inchaço articular. A probabilidade de osteoporose aumenta consideravelmente.
- Disfunções musculares
Os músculos perdem flexibilidade, ou seja, capacidade de contrair e relaxar. Sendo assim, instala-se uma atrofia muscular e consequente perda de força muscular.
- Disfunções respiratórias
Os nossos pulmões utilizam músculos para respirar. Sendo que existe uma perda de força muscular, a respiração é afectada, principalmente, na posição de deitado, pois a actuação da força da gravidade dificulta os movimentos respiratórios. Verifica-se, então, uma diminuição da capacidade vital.
- Disfunções do sistema cardiovascular
Diminuição do volume total de sangue, redução da concentração de hemoglobinas (que pode originar situações de anemia) e diminuição do consumo máximo de oxigénio.
- Disfunções do sistema urinário e linfático
Sendo que ambos os sistemas utilizam o movimento e a força da gravidade a seu favor, em situações de Síndrome de Imobilidade Prolongada o seu funcionamento está comprometido, causando: retenção de líquidos e inchaço – especialmente dos membros inferiores e ventre.
Imobilidade, o que fazer?![melhor idade](/blog/wp-content/uploads/2014/10/melhor_idade.jpg)
Se o problema é a imobilidade, a solução será o movimento! A isto chamamos Cinesioterapia, que KISNER & COLBY definem, em 1998, como “(…) terapia pelo movimento, sendo a utilização de diferentes formas de actividade motora como meio de tratamento de enfermidades.”
É uma técnica baseada em conhecimentos anatómicos, fisiológicos e princípios biomecânicos, que visa oferecer às pessoas uma prevenção e reabilitação eficaz. O seu principal efeito será a manutenção e desenvolvimento do movimento direccionado à funcionalidade.
Assim, colocamos na Cinesioterapia um papel terapêutico fundamental que necessita de conhecimentos profundos para ser aplicada, normalmente utilizada por profissionais como: Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais e Técnicos Superiores de Reabilitação.