Cirurgia vascular: a diferença entre varizes primárias e secundárias?
Embora tenham tantas características em comum – como o seu aspecto inestético ou o facto de originarem uma sensação de peso – as varizes, que são tratadas através da cirurgia vascular, manifestam-se de várias maneiras.
Comecemos por explicar o conceito de varizes primárias. Influenciadas pela componente hereditária, estas veias dilatadas são o género mais comum de varizes, provocadas por uma insuficiência nas válvulas venosas. Este tipo de manifestação dermatológica origina as incómodas linhas azuis e vermelhas, com as mais diversas dimensões, principalmente nos membros inferiores.
Para além da predisposição genética, as varizes primárias são igualmente uma consequência de alguns comportamentos de risco, dos quais se destacam a obesidade e a permanência em pé durante muitas horas por exigências profissionais.
As varizes secundárias acontecem, devido à obstrução parcial ou total da circulação sanguínea do sistema venoso profundo. Geralmente, estas manifestações são uma sequela de uma tromboflebite de uma veia profunda. Neste tipo de casos, as varizes afectam apenas um dos membros inferiores.
De resto, há igualmente varizes leves ou graves. As primeiras são uma doença, embora não causem propriamente um problema de saúde, havendo essencialmente consequências estéticas. Por outro lado, as varizes graves já estão na origem de sérias patologias: desde infecções a espessamento da pele, sem esquecer eczemas, embolias pulmonares e vermelhidões.
Nem as mães escapam às varizes! É verdade: aproximadamente 50% das mulheres tem um certo grau de dilatação das veias superficiais dos membros inferiores, nos últimos meses de gestação. Afinal, durante o período de gravidez, o crescimento do útero provoca uma compressão das veias abdominais que drenam o sangue proveniente de membros inferiores, o que acaba por dificultar a subida do sangue para o coração.
Para além disso, no período da gestação, o organismo das mulheres costuma segregar consideráveis quantidades de progesterona, uma hormona que provoca o relaxamento das paredes das veias. Para desgosto das recentes mães, as varizes surgem nos dois membros inferiores.
Como a cirurgia vascular trata destas marcas inestéticas?
Se todas as varizes têm em comum o seu aspecto pouco estético e o facto de causarem uma sensação de peso, estas marcas também podem ser todas tratadas através de cirurgia vascular.
Afinal, embora a utilização de meias elásticas de contenção tenha a capacidade de reduzir a dilatação e o inchaço venosos, conseguindo aliviar os sintomas, só ao recorrer a uma cirurgia vascular é que o problema fica completamente resolvido, sobretudo num estado mais avançado, no qual é habitual o desenvolvimento de inchaço das pernas e dos pés, causado pela infiltração de um líquido – o edema.
Uma das técnicas mais utilizadas em cirurgia vascular é a excisão da veia, ou seja, a extracção das veias afectadas em que as válvulas apresentam insuficiência.
Como acontece em qualquer outra área da medicina, a cirurgia vascular tem evoluído imenso nos últimos tempos. A ablação das veias por radiofrequência é disso um excelente exemplo.
Sendo uma verdadeira alternativa ao procedimento cirúrgico clássico, este tratamento da cirurgia vascular realiza-se através de uma anestesia local e consiste na inserção na veia safena interna ou externa de um cateter de radiofrequência que se encontra ligado a um gerador. Após esta intervenção cirúrgica, a veia fica completamente encerrada, fibrosa e a circulação sanguínea acaba por redireccionar-se para as veias saudáveis.
Esta não é a única vantagem deste procedimento da cirurgia vascular. Como é realizada sob anestesia local, cada paciente pode caminhar imediatamente, após a intervenção. Passados poucos dias, é ainda possível retomar a rotina profissional.
Para além de ser prática, a ablação através de radiofrequência é um tratamento saudável, visto que há uma menor probabilidade de desenvolver certas complicações, como pigmentação da pele, equimoses e hematomas. De resto, há ainda uma ausência quase completa de cicatrizes: afinal de contas, neste tipo de intervenção, apenas se realiza uma picada ou uma pequena incisão na zona abaixo do joelho, por onde se introduz a fibra na veia safena interna até à virilha.
Em caso de dúvida, consulte o seu dermatologista para saber tudo sobre cirurgia vascular