Um aneurisma é uma dilatação anormal das paredes de uma artéria que se encontre fragilizada, podendo romper-se e causar uma fatalidade de modo relativamente rápido.
Especificamente, um aneurisma da aorta abdominal localiza-se na porção abdominal da artéria aorta, a mais importante artéria do nosso corpo, e embora esta seja uma condição perigosamente assintomática, poderão existir sinais aos quais nos devemos manter atentos.
Causas e sintomas do aneurisma da aorta abdominal
Um aneurisma da aorta abdominal pode ter origens diversas. A principal será talvez a aterosclerose, pois a acumulação de placa, ao calcificar a artéria, torna-a mais frágil e incapaz de resistir à pressão sanguínea no seu interior. Riscos para o desenvolvimento da aterosclerose incluem o tabagismo, níveis elevados de colesterol, a idade e a hipertensão.
Também em risco estão aqueles indivíduos que sofram de patologias do tecido conjuntivo, nomeadamente Ehlers-Danlos, Marfan e Loeys-Dietz, ou os que sofram de válvula aórtica bicúspida, casos em que o tecido conjuntivo não tem a mesma capacidade elástica do tecido conjuntivo dito normal.
As lesões traumáticas também não são de excluir como possíveis causas de um aneurisma da aorta abdominal.
Já a elevada gravidade do aneurisma da aorta abdominal deve-se à importância da artéria aorta como a principal do nosso corpo, pelo que uma ruptura possui a possibilidade de causar uma hemorragia catastrófica conducente a uma fatalidade num curto período de tempo. De facto, apenas 1 em cada 3 pacientes chega vivo ao hospital após uma ruptura, e desses, uma forte porção falecerá antes de chegar ao bloco operatório.
Ao mesmo tempo, não só nas características da artéria aorta residem os perigos de um aneurisma da aorta abdominal, mas também na sua natureza assintomática que impede o paciente de descobrir que tem uma verdadeira bomba-relógio dentro de si.
No entanto, existem situações em que um aneurisma da aorta abdominal produz sintomas que podem alertar os pacientes e o médico para a sua presença. Talvez o mais significativo – mas também mais raro – sejam os coágulos de sangue que se soltam do aneurisma e causam bloqueios em artérias menores ao longo das pernas, caso em que o médico poderá recomendar a cirurgia a curto prazo, tipicamente se em conjunto com a existência de coágulos, se verificarem dimensões superiores a 5.5cm ou esteja a crescer rapidamente.
Caso se dê a ruptura de um aneurisma da aorta abdominal, os sintomas serão de dores nas costas ou nos flancos, com hipotensão e uma massa pulsante no estômago. A hemorragia leva a uma irritação do peritoneu cujos sintomas se assemelham aos do abdómen agudo. O paciente sentir-se-á com frio, fraco e com sudorese, podendo entrar em síncope (desmaio) ou vomitar.
Profilaxia do aneurisma da aorta abdominal
Devido ao elevado caudal da hemorragia resultante de uma ruptura na artéria aorta, a rapidez da intervenção médica é de uma importância primordial, o que nem sempre é possível. Por esta razão, uma vez detectado um aneurisma, este é mantido sob apertada vigilância para se verificar a progressão da sua gravidade.
Indivíduos do sexo masculino entre os 65 e 75 anos, com historial de tabagismo e hipertensão são aqueles que correm mais perigo de desenvolverem um aneurisma da aorta abdominal, a par com aqueles que têm um historial familiar de aneurismas e doença coronária.
A cirurgia de reparação é bastante mais simples que uma intervenção para encerrar uma ruptura e consiste na aplicação à artéria afectada de uma endoprótese que garante maior sustentabilidade à artéria. Para compreendermos a importância da intervenção precoce, a taxa de mortalidade para uma intervenção de reparação é de aproximadamente 5%, enquanto que a taxa de mortalidade nas intervenções de emergência é de aproximadamente 60%.
Se pertencer a um grupo de risco de desenvolvimento de aneurisma da aorta abdominal, quer por hábitos tabagistas, quer por historial familiar do problema, contacte o seu médico e aborde a questão para verificar a necessidade de proceder a exames de despistagem ou fazer uma gestão adequada do aneurisma detectado.
Como dissemos anteriormente, o médico pode optar por apenas monitorizar a evolução do aneurisma, mas poderá igualmente optar por o remover, salvando-lhe a vida.