Estima-se que três milhões de portugueses sofrem de mau funcionamento das válvulas que impulsionam o sangue em direção ao coração. A
doença é crónica e é conhecida por varizes. Este problema pode (e deve) ser tratado.
Recentemente surgiu uma técnica inovadora que possibilita um tratamento eficaz, sem recurso a anestesia geral e com ótimos resultados estéticos. A revista Notícias Magazine entrevistou a doutora Maria do Sameiro Caetano, que explicou que a técnica mais inovadora da atualidade recorre a supercola 3 diluída. Com este tratamento de varizes, o doente é intervencionado de manhã e à tarde pode retomar as suas rotinas, inclusive o trabalho.
Maria do Sameiro Caetano é uma das primeiras médicas a utilizar a técnica, que ainda não chegou aos hospitais públicos, e que consiste num «tratamento adesivo com cola medicinal». Na entrevista fala dos benefícios da técnica. «Quanto à radiofrequência, os resultados são semelhantes ou melhores, porque dispensa o uso de meia elástica. É um procedimento cirúrgico minimamente invasivo, que dispensa bloco operatório, e que usa um produto sintético cianoacrilato, que é supercola 3, em concentração muito baixa e sem toxicidade», explica.
O tratamento de varizes com supercola 3 é mais seguro e prático para o doente que não precisa de anestesia geral
Esta inovação pode ser aplicada em doentes idosos, muito obesos ou com varizes em estado avançado, já que a técnica é menos invasiva e diminui o risco de infeção. Porém, como ainda não está disponível em unidades públicas, os doentes podem procurar um tratamento de varizes alternativo. Existem técnicas tradicionais igualmente eficazes e seguras.
Dependendo da evolução das varizes, o tratamento pode variar. As varizes consistem em veias dilatadas que começam a surgir por baixo da pele e com o tempo tornam-se visíveis. Além de provocarem dores, estas veias podem ser responsáveis por problemas mais graves como tromboembolismo pulmonar e úlceras.
As mulheres são as mais afetadas, especialmente devido ao uso de anticoncecionais, à gravidez e à menopausa. As varizes na gravidez são muito comuns e a grávida deve começar a prevenir logo no início da gestação para não ter complicações ao longo da vida.
Como a mudança hormonal pode ser uma das principais responsáveis por varizes na gravidez, a prevenção começa com o uso de meias elásticas, ingestão de muita água, bastante descanso e sessões de drenagem linfática.
Convém igualmente saber distinguir varizes de vasinhos, já que as primeiras provocam mudanças nas veias. Os vasinhos interferem na estrutura dos vasos sanguíneos, que ficam mais finos, mas não evoluem para veias.
Para prevenir varizes comece por mudar hábitos de vida. Uma boa alimentação e muita ingestão de água são fundamentais para evitar a má circulação. A prática de exercício físico, o uso de calço na cama para elevar as pernas, meias de compressão elástica e roupas confortáveis são boas práticas para prevenir varizes.
Quando o único remédio para as varizes é a intervenção no problema, a medicina dispõe de várias técnicas que ajudam a aliviar os desconfortos desta doença crónica. A drenagem linfática é excelente para a melhoria da circulação sanguínea. A cirurgia será o último passo, mas necessária para evitar outras complicações.
O tratamento de varizes pode recorrer a laser, espuma ou cirurgia
Tudo depende de cada caso. Quanto mais cedo começar a prevenir, maiores hipóteses terá de encontrar a solução em remédios para as varizes (receitados pelos médicos) bem como tratamentos específicos.
Quando a variz ainda é pequena, o tratamento mais indicado é com espuma, que consiste numa mistura de gás carbónico com um líquido. Este produto é injetado nas microvarizes e fecha a veia, sendo muito eficaz para prevenir varizes de maior dimensão.
O tratamento de varizes a laser é indicado para veias bastante grossas, que têm que ser fechadas, de forma a eliminar não só a variz, mas todos os vasinhos que dali ramificam. O laser é bastante eficaz, mas obriga a cuidados específicos pós-tratamento. O sol é para evitar e terá que usar sempre bons protetores solares para que a pele não fique manchada.
A cirurgia apenas é opção para quando a prevenção falhou e a variz é tão grande que causa dor, inchaço e complicações na perna afetada e em todo o organismo.