A arte-terapia baseia-se em muitos dos conceitos da psicologia.
Sendo assim, é importante para um arte-terapeuta ter em conta dois aspectos fundamentais da intervenção psicológica: A psicoterapia e o aconselhamento. (É de salientar que o arte-terapeuta apenas usa estes métodos como bússola para aplicar o seu modelo de intervenção em arte-terapia)
A psicoterapia é o processo pelo qual um terapeuta ajuda a analisar e reorganizar a personalidade de uma pessoa. É como se fosse um trabalho de reconstrução psicológica, ou seja, o individuo vai identificar pontos de mudança necessários ao seu amadurecimento e com o apoio do terapeuta vai encontrar estratégias que permitam a mudança, sendo esta notável numa perspectiva macroscópica, ou seja, visível no seu quotidiano. O objectivo da psicoterapia é ajudar o indivíduo a assimilar “insights” do seu comportamento diário. Este alvo permite ao indivíduo relembrar momentos traumáticos e reeducar-se diante dos factos ocorridos, para não se sentir bloqueado quando situações semelhantes voltarem a ocorrer. A psicoterapia visa tornar o indivíduo responsável pelas suas próprias escolhas, alguém que gosta de si mesmo e dos outros como pessoas e não como coisas, bem como revelar o seu potencial de auto-realização. Para isto, o terapeuta faz uso da consciencialização, levando o indivíduo a entender que só ele próprio se pode ajudar e transformar numa pessoa melhor.
No aconselhamento o objectivo é que o indivíduo se torne um membro mais feliz e produtivo na sociedade. O intuito é de ajudar o indivíduo a adquirir novas habilidades que o capacitem a enfrentar, e ajustar-se, às situações do seu quotidiano. Aqui, o foco central é ajudar o indivíduo a alcançar seu potencial máximo e a funcionar plenamente como pessoa. Assim, no aconselhamento, partimos de uma personalidade já estruturada, mas que apenas necessita de alguns ajustes. O aconselhamento visa, com isto, ajudar indivíduos a superar obstáculos no seu crescimento pessoal e a alcançar o máximo rendimento dos seus recursos pessoais.
Segundo Leona Tyler, uma das principais características diferenciadoras entre aconselhamento e psicoterapia é o o foco. No aconselhamento, o terapeuta vai focar-se no aqui e agora, em situações reais da vida actual do individuo. Na psicoterapia o terapeuta procura conexões, no inconsciente e nas histórias passadas, com problemas que agora se apresentam no mundo real.
No aconselhamento desenvolve-se um relacionamento pessoal com o indivíduo, mas o terapeuta não permite nem estimula fortes sentimentos de transferência como faz o terapeuta. Os terapeutas em aconselhamento encaram a resistência como algo que vai contra a solução do problema, e tentam reduzi-la ao máximo. O terapeuta que realiza psicoterapia, no entanto, acha a resistência muito importante. Se o terapeuta consegue compreender a resistência do indivíduo, ele poderá ajuda-lo a ganhar consciência do momento (ou conjunto de momentos) que proporcionaram essa resistência e promover as alterações necessárias na sua estrutura para este realizar as transformações necessárias dentro de si.
O aconselhamento é, normalmente, mais curto que a psicoterapia. Como a psicoterapia é uma reeducação compreensiva do cliente, a intensidade e o tempo da terapia dependem de como o cliente lida com todas as novas informações.