De acordo com a Associação Portuguesa de Urologia, a incontinência urinária afeta 20% da população portuguesa com mais de 40 anos, o que significa que um em cada cinco portugueses acima dos 40 anos sofre desta doença.
Apresentando perdas urinárias involuntárias, são, então, muitas as pessoas que se queixam da alta inconveniência deste problema, que pode ser meramente temporário, mas que em algumas situações, é persistente e obriga a um cuidadoso acompanhamento médico.
Nestes casos, a solução pode muitas vezes passar por uma reabilitação perineal, que oferece resultados de alta eficácia no tratamento da incontinência urinária.
Como surge a incontinência urinária?
A incontinência urinária é uma situação patológica que resulta da incapacidade em armazenar e controlar a saída da urina, afetando em Portugal 33% das mulheres e 16% dos homens com mais de 40 anos, sendo que, com o envelhecimento da população nacional, se acredite que a incidência do problema aumente radicalmente nos próximos anos.
Sabe-se ainda que são muitos os fatores que podem contribuir para o surgimento da incontinência urinária, como a raça, a predisposição familiar, algumas anormalidades anatómicas e neurológicas, mas também a gravidez, o parto, a obesidade, a menopausa, alguma medicação e os hábitos tabagísticos, entre muitos outros.
Apesar de se falar genericamente de incontinência urinária, sabe-se que esta doença se pode refletir em seis tipos:
- Incontinência de esforço – é comum em mulheres com mais de 45 anos e sucede quando os músculos do pavimento pélvico estão enfraquecidos e existe uma pressão sobre a bexiga, o que pode acontecer ao rir, tossir, espirrar, pegar em objetos pesados ou praticar exercício físico;
- Incontinência por urgência ou imperiosidade – sendo uma situação mais comum na terceira idade, este tipo de incontinência urinária carateriza-se por uma vontade súbita e intensa de ir à casa de banho, com grande dificuldade em controlar a bexiga;
- Incontinência mista – combinação da incontinência de esforço com a incontinência de urgência;
- Incontinência por extravasamento – acontece quando as perdas se dão quando a bexiga suporta grandes volumes de urina e a pressão do líquido é tão grande que ultrapassa a resistência uretral;
- Incontinência funcional – causada por incapacidade do doente, em casos de demência ou lesão neurológica grave;
- Enurese noturna – perdas de urina durante o sono, bastante frequente em crianças.
Apesar de se tratar sempre de situações bastante preocupantes para os pacientes, todos estes tipos de incontinência urinária podem, em muitos casos, ser resolvidos com reabilitação perineal.
O que é e como funciona a reabilitação perineal?
A reabilitação perineal é um tratamento que promove alterações neuromusculares e metabólicas responsáveis pela hipertrofia, bem como o aumento da resposta reflexa, da força (resistência e potência) e da coordenação muscular, normalizando o tónus e estimulando a aprendizagem da contração e do relaxamento desta musculatura para que ela possa realizar a sua função.
As sessões de reabilitação perineal são individuais e recorrem a uma sonda que provoca o biofeedback e a electroestimulação, permitindo a todos os pacientes um melhor conhecimento e controlo do seu organismo e uma resolução mais eficaz deste problema, que apresenta fortes condicionantes em termos pessoais, familiares e sociais.
Para além da sua alta eficácia em problemas de incontinência urinária, a reabilitação perineal é também bastante eficaz nos seguintes casos:
- Incontinência fecal – Perda de flatos ou fezes
- Prolapso dos órgãos pélvicos – Queda da bexiga, reto, ou útero
- Síndromes dolorosas – algias pélvicas
- Dispareunia e vaginismo (quando as mulheres sentem dor durante o ato sexual)
- Disfunção eréctil (muito comum no pós prostatectomia).