Rugas e sex symbols
Steve McQueen, Humphrey Bogart, dois ícones, dois actores imortais, dois rostos repletos de carácter e rugas. Podemos pensar no grandioso “The King Of Cool” sem as suas rugas na testa, ou pensar em Casablanca sem as rugas de expressão de Bogart?
Certamente que não.
E já pensou como seria o olhar fulminante de Sean Connery como James Bond, nesta era de Photoshop e faces plastificadas? Quase meio século depois, Daniel Craig é o novo James Bond, e a face do mais famoso espião do mundo continua a ter rugas e marcas de expressão. Enfim, carácter.
Não era certamente uma questão de idade. James Dean ou Marlon Brando, um desaparecido demasiado novo, outro caminhando a passos largos para a eternidade. No seu auge entre os anos 50 e 60, nenhum dos dois disfarçou as suas rugas, e ambos as tornaram uma marca dos seus olhares e sorrisos carismáticos.
Nessas décadas, as rugas, quer falemos de rugas na testa ou rugas de expressão, faziam parte da identidade do homem austero, do sex symbol masculinizado e, sem dúvida alguma, as rugas faziam parte da marca de um grande actor, das suas expressões faciais e grandes cenas.
Esses foram os tempos antes da ritifobia, a fobia às rugas, e das expressões faciais cada vez mais plastificadas, em homens progressivamente mais preocupados com a idade aparente, que com o carácter do seus traços faciais.
Mas estarão as rugas de volta?
Combate às rugas nos tempos modernos
Parece ser uma verdade que o reinado dos metrossexuais se encontra no seu fim, à medida que barba e pelos corporais marcam o seu regresso. Mas e as rugas?
Nas rugas assistimos na verdade a um fenómeno interessante: enquanto as mulheres lutam contra elas e recorrem a tratamento cada vez mais elaborados e eficazes junto de médicos dermatologistas, os homens assumem a sua rudeza facial.
E não o fazem em qualquer lado, mas nas marcas principais. A campanha da Armani Jeans com Tomas Skolounik e Fabio Mancini, ou Sean O”Pry face da Coach, Armani, e presença regular na Vogue, são apenas dois exemplos cada vez menos raros de como a nossa percepção da beleza masculina está em mudança.
A viagem leva-nos de volta para os traços abruptos e sulcos profundos, à conotação com ponderação e sabedoria. Em suma, à masculinização do homem e ao regresso do ideal clássico de beleza masculina.
Tratamentos anti-rugas: um universo em expansão
Jane Fonda, Sophia Loren e Claudia Cardinale: três nomes, três grandes senhoras da 7ª arte, e três mulheres que juram estar a envelhecer com dignidade, sem rejeitarem as suas rugas.
Mas para a maioria das mulheres, tudo continua diferente. Rugas são um tabu: as testas continuam lisas, e frequentemente as campanhas publicitárias livram-nas de qualquer marca de expressão ou até de carácter. Em profundo contraste com a beleza facial masculina, o ideal estético da mulher mantém-se no paradigma das rugas ausentes, dos rostos suaves, da pele de aspecto cheio e sem quaisquer marcas.
Os preenchimentos com botox e ácido hialurónico fazem milagres com intervenções relativamente simples que parecem levar o tempo numa viagem ao passado e ao rejuvenescimento. Para a mulher moderna, a ida ao dermatologista continua a ser uma rotina tão essencial quanto arranjar as unhas e o cabelo, pelo menos quando as marcas da idade fazem a sua aparência.
Contudo, com as opções existentes hoje em dia, não há justificação para arriscarmos a nossa saúde com procedimentos perigosos ou de qualidade inferior.
No momento de escolhermos um tratamento para rugas, escolher o melhor é um imperativo.
Imagens: Google Images