De todos, o aneurisma da aorta é um dos potencialmente mais letais. Como em todos os aneurismas, estamos a falar de uma dilatação anormal de um vaso sanguíneo, com a particularidade grave de se dar na artéria aorta, a maior artéria do nosso corpo e por isso aquela onde uma ruptura pode provar ser mais catastrófica.
O maior risco de um aneurisma da aorta é obviamente quão silencioso é até haver uma ruptura; frequentemente estes aneurismas são detectados acidentalmente quando se procedem a exames para outras doenças, pelo que é importante sabermos se estamos ou não em risco de desenvolver um.
Aneurisma da aorta: causas e sintomas
Um aneurisma ocorre quando a pressão sanguínea faz dilatar cada vez mais uma porção de um vaso sanguíneo que se encontra fragilizado por motivos de ordem diversa. Em condições normais, as artérias possuem grande resistência à pressão do sangue que as atravessa, mas quando o aneurisma se desenvolve, as paredes arteriais distendidas tornam-se mais finas e com menor capacidade de resistir ao esforço de conter o sangue, podendo por isso rebentar.
Quando a ruptura surge, porque a artéria aorta possui dimensões tão expressivas e o sangue se encontra aí a uma grande pressão, a rápida perda de sangue torna-se mortal em poucos minutos, exigindo-se uma intervenção de emergência no menor período de tempo possível.
Nem sempre o desenvolvimento de um aneurisma da aorta na zona toráxica é assintomática. Os sinais mais frequentes de que algo vai mal com a nossa artéria aorta são:
- Dores no peito
- Falta de ar
- Dores nas costas
- Rouquidão
- Tosse
Quando a ruptura se dá, é possível que inicialmente não consigamos distinguir o aneurisma de um enfarte do miocárdio, embora a produção de tosse com sangue seja uma característica diferenciadora. Complementarmente, se a hemorragia se der no mediastino, a divisão do tórax que contém o coração, criar-se-á a condição conhecida por tamponamento cardíaco, caracterizada pela impossibilidade do coração se encher correctamente, graças à pressão exercida pelo líquido acumulado, gerando rapidamente uma situação de extrema gravidade em que paciente tem poucas possibilidades de receber ajuda médica a tempo.
O diagnóstico de um aneurisma da aorta rompido deve ser feito por um especialista, mas ajuda rápida e com a máxima urgência deve ser procurada caso o indivíduo apresente os sinais mais claros de uma rutpura:
- Ritmo cardíaco acelerado mas fraco
- Hipotensão
- Palidez e sudação
Chegado o paciente ao hospital, a emergência deve ser intervencionada rapidamente, e exige o acesso a grandes quantidades de produtos sanguíneos, incluindo plaquetas. A reparação da artéria inclui tipicamente a colocação de uma anilha interna no local da ruptura para a tapar e dar suporte às paredes arteriais, com as técnicas não-invasivas utilizadas hoje em dia, a recepção do paciente atempadamente ajuda efectivamente a salvar-lhe a vida.
Quem está em risco de aneurisma da aorta?
Porque é uma condição relacionada com a pressão arterial, o aneurisma da aorta apresenta o tabagismo e a hipertensão como factores de risco. A condição afecta principalmente homens entre os 65 e os 75 anos, actualmente fumadores ou com historial de tabagismo, que devem por isso ser examinados de forma periódica através de ultrassons, mesmo que se apresentem sem sintomas.
Os exames não têm de ser frequentes, pois a taxa de ruptura anual para aneurismas com mais de 6cm é de 25%.
No caso de pacientes que tenham história familiar de aneurismas da aorta, a despistagem de rotina deve começar mais cedo, por volta dos 55 anos de idade. No caso de pacientes com historial de aterosclerose, doença pulmonar obstrutiva, hipercolesterolemia e doença da artéria coronária devem consultar o seu médico para verificar a necessidade de proceder a exames de rotina.
Se se encontrar inserido em algum destes grupos de risco para aneurisma da aorta, não deixe de abordar a questão com o seu médico por forma a decidirem a necessidade de se proceder a exames, o quanto antes, já que uma intervenção atempada poderá salvar-lhe a vida.