O termo varizes designa um conjunto de deformações e dilatações das veias que na verdade possuem fisiopatologias e causas díspares. Em essência, as varizes são apenas a expressão visível da incapacidade das veias de reencaminharem o sangue de volta para o coração, levando à acumulação deste. As veias do corpo humano estão equipadas com válvulas que permitem a passagem do sangue em apenas uma direcção. No entanto, no caso das varizes, estas válvulas não funcionam correctamente e permitem refluxo sanguíneo.
Aparentemente pouco graves, as varizes podem evoluir ao longo de diversos anos, aumentando de gravidade uma vez que o sangue parado acumula detritos e elementos nocivos, podendo gerar problemas mais graves, incluindo hemorragias e mesmo embolias pulmonares. Ao mesmo tempo, a dificuldade de circulação do sangue gera dificuldade na oxigenação adequada dos tecidos, surgindo as chamadas úlceras varicosas, que não é possível curar sem uma intervenção cirúrgica para eliminar as varizes.
Mesmo antes destas complicações mais graves, os pacientes com varizes podem já sofrer sérias dificuldades na sua qualidade de vida, graças a cansaço nos membros inferiores, dores, cãibras e sensação de incómodo generalizada. Um tratamento de varizes precoce e eficaz é por estes motivos central à cura destas complicações vasculares antes das suas consequências na qualidade de vida se tornarem incapacitantes.
Escleroterapia de varizes com espuma
Actualmente, o tratamento de varizes engloba um conjunto de possibilidades cirúrgicas e não-cirúrgicas, capazes de lidar com os diversos graus de gravidade desta doença. Uma das opções de tratamento mais recentes foi aprovada no final do ano passado pela FDA para tratamento de varicosidades, inclusivamente na veia safena. Trata-se do Varithena da BTG, uma espuma de polidocanol de baixo teor de nitrogénio.
Um analgésico local com efeitos anti-prurido, o polidocanol tem sido usado no alívio dos sintomas de eczemas e psoríase, mas possui também reconhecidos efeitos esclerosantes. A microespuma agora aprovada pela FDA tem bolhas de tamanho médio inferior a 100 microns, e ao ser injectada na veia afectada expulsa o sangue aí retido, enquanto o polidocanol inicia o processo esclerosante que faz atrofiar a veia intervencionada.
Efectivamente, a escleroterapia através de espuma existe já há vários anos, utilizando-se tradicionalmente uma combinação de duas seringas unidas, com o objectivo de transformar a solução numa espuma através da sua mistura com o ar, aumentando a sua eficácia.
De igual modo, o Varithena não é o primeiro tratamento disponível para escleroterapia com polidocanol. Anteriormente, no mercado já existiam o Asclera e o Aethoxysclerol, enquanto outras substâncias como o sulfato tetradecil de sódio, o morruato de sódio ou o oleato de etanolamina têm também diversas presenças no mercado. Em comum, tratam-se de substâncias que destroem a membrana celular.
Paralelamente, a escleroterapia de varizes também pode ser obtida através de agentes que funcionam por osmose, desidratando as células ou através de irritantes químicos. No primeiro caso incluem-se as soluções hipertónica de cloreto de sódio e de cloreto de sódio com dextrose. No caso dos irritantes químicos, dispomos da glicerina cromada (com sulfato de cromo e potássio).
Vantagens da escleroterapia de varizes com espuma
Muitos pacientes temem a cirurgia das varizes e é precisamente isso que a escleroterapia contorna, ao ser um procedimento muito pouco invasivo, com uma recuperação fácil e rápida. Os efeitos são visíveis a curto prazo, embora possa ser necessário repetir os tratamentos para obter os efeitos desejados.
No entanto, no mercado existe hoje uma panóplia de tratamentos de varizes que podem ser mais eficazes ou aconselháveis conforme as especificidades de cada caso, tornando essencial acompanhamento médico adequado para melhor decidir qual o tratamento adequado.
Em caso de dúvida, esclareça tudo sobre varizes com o seu dermatologista